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02 fevereiro 2008

O que dizer da tentação?

Quem é que não sabe o que é ser tentado? Qual é a pessoa que pode dizer que nunca passou pela tentação? E já agora, quem é que nunca fracassou diante dessa prova? Ser tentado faz parte da condição humana. Jesus, na sua condição humana, diz a Bíblia, "em tudo foi tentado, mas sem pecado". Jesus foi tentado, mas venceu as tentações. A tentação suprema ele enfrentou no Jardim do Getsemani. Venceu porque, na sua fragilidade, decidiu apoiar-se na graça de Deus: "faça-se a tua vontade!" Desta maneira, Jesus venceu a tentação de desistir de realizar a missão de redenção do ser humano, a razão da sua vinda ao mundo.

As tentações vêm e vão. Umas vezes, elas vêm de fora, como algo que nos ataca e explora os desejos escondidos, as feridas ainda não tratadas, as pendências ainda não resolvidas; outras vezes, as tentações vêm de dentro, dos desejos que lutam por se afirmar de modo negativo nas nossas vidas. Este último caso acontece quando o desejo saudável é transmutado na sua contraparte negativa. Por exemplo, o desejo de segurança, é substituido pelo desejo de usurpação e de controlo; o desejo de amor e de aceitação, é substituído pela sua contraparte do desejo de manipulação ou de lascívia.

As tentações que são mais dificeis de enfrentar são as que se originam nos nossos desejos não tratados. A Bíblia fala desse conflito que se desenrola no interior de cada um de nós: "Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tiago 1:14). São difíceis justamente porque elas se confundem connosco. Nascem em nós. Somos nós a sua causa inicial e a sua causa formal, assim como final. Por serem geradas dentro de nós, é que, por vezes, torna-se difícil distanciarmo-nos para reconhecer, nisso que nos acontece, a tentação, e, então, poder-lhe resistir. Este é o engano da tentação. O pior.

Todavia, as tentações podem ser vencidas e há o lado bom das mesmas. Elas concedem-nos a oportunidade de escolhermos permencermos fieis aos nossos valores e às nossas crenças mais fundamentais. Podemos escolher ser fieis a nós mesmos. A sermos homems com "H" grande e mulheres com "M" grande. Pessoas autênticas, que não se escondem, mas que vão à luta, resistem, e vencem.

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