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31 janeiro 2011

O que é ser positivo em tempos de crise

Há uns tempos atrás falava com uma pessoa acerca dos tempos que estamos a viver, tempos difíceis e que exigem muito das famílias e de cada um de nós, individualmente. Dizia-me essa pessoa que a crise só existe na mente, na forma como pensamos. É fruto dos nossos pensamentos, ou melhor, da maneira errada como pensamos. Acredito no poder da mente positiva. Por anos tenho ensinado e praticado a usar o poder do pensamento positivo. Tenho visto os seus benefícios ao ajudar-nos a libertar recursos, que temos dentro de nós, de motivação, resiliência, sabedoria e inteligência prática, assim como capacidade de estabelecer conexões criativas. A Bíblia - sobre a qual assento o meu ensino - é um livro positivo, de fé e de esperança. Mas, ser positivo não é viver no mundo da fantasia, do faz de conta. Não é fingir que a crise não está aí. A crise está aí e atinge a nossa nação de uma maneira muito particular. Mais de meio milhão de pessoas está no desemprego. O tempo médio de encontrar um novo emprego já passa um ano. Isto se não falarmos dos desempregados com mais de 50 anos. Não podemos fazer de conta, pois foi esse fazer de conta que em muito contribui para chegarmos aonde estamos, quando já havia muitos sinais de uma crise iminente. Para já esta crise é financeira, mas temamos que ela se transforme numa crise de valores e de esperança. Podemos viver sem dinheiro, mas sem esperança... Ser positivo, em tempos de crise, é afirmar a capacidade criativa de encontrar soluções e rasgar caminhos para a vencer e encontrar as respostas que necessitamos. Ser positivo, em tempos como estes, é ser capaz de manter a esperança e ter uma atitude resiliente, quando tudo o que vemos, ouvimos e experimentamos, nos diz que não vale a pena esperar. Ser positivo, em tempos de crise, és ser capaz de manter uma memória de esperança e um discurso de confiança. É não desistir, apesar de. Deixo aqui as palavras do profeta Habacuque, que lemos na Bíblia, para mim o exemplo do que é ser positivo em tempos de crise: "Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas."

19 janeiro 2011

Ingredientes para vencer

Todos temos um ADN de vencedor, ou seja, temos em nós recursos e capacidades para superar, avançar, conquistar e alcançar o que nos propomos. Todavia, precisamos de alguns ingredientes, que não são secretos, mas que por vezes passam despercebidos ou são ignorados. Um deles é a PAIXÃO. Quem quer vencer tem de ser um apaixonado pelo que faz. A Bíblia chama a isso de sermos "fervorosos no espírito". Outro ingrediente, é a PERSISTÊNCIA. O que distingue a atitude vencedora é essa capacidade de não desistir, de enfrentar as contrariedades, de levantar-se uma e outra vez. Nunca lança a toalha ao chão. Na época do fast food nem sempre conseguimos ser pacientes e perseverantes na prossecução dos nossos sonhos e projectos. Persistir é avançar apesar de, apesar dos obstáculos, das dificuldades, da oposição, das críticas. É a capacidade de recuperar o entusiasmo, a alegria e a vitalidade nos momentos cruciais, em que faz falta uma dose extra de energia para seguir adiante. Existem outros ingredientes e sabemos quais são. Podemos pensar na coragem, na simpatia, e tantos outros. Uma coisa é certa: a atitude depende apenas de nós mesmos. É uma escolha nossa. Podemos render-nos ou podemos decidir seguir adiante até alcançarmos o sonho que nos lançou na jornada.

09 janeiro 2011

Pensar bem

Pensar bem é a exigência de uma vida equilibrada. Mas, pensar bem, nem sempre é fácil ou é o mais natural em nós. A cada momento temos que disciplinar-nos a pensar bem. Creio que essa é razão de lermos na Bíblia esta exortação: "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". Estas palavras são um verdadeiro e revolucionário programa de vida: NISSO PENSAI. Há coisas em que temos de pensar e há outras em que não. O que pensamos é uma escolha nossa. O que não quer dizer que seja sempre uma escolha fácil ou mesmo conscientemente orientada. Isto é, na maior parte das vezes pensamos em "piloto automático", sem prestar muita atenção ao que pensamos. Outras vezes, sentimos que não estamos realmente a controlar os nossos pensamentos. Não é que não possamos controlá-los. Simplesmente, deixamo-nos levar pela voragem de pensamentos negativos, perturbadores, errados, infrutíferos, e que produzem em nós estados emocionais negativos. Por isso, é que estas palavras da Bíblia são revolucionárias. Elas dizem-nos simplesmente isto: assume o controlo da tua mente, decide cultivar hábitos positivos de pensar, que te levem a ser melhor pessoa, a relacionares-te melhor com os outros e a ser uma pessoa positiva. O grande desafio para este ano, que nasceu ensombrado por tantas profecias e previsões negativas, é pensarmos bem: acerca de nós mesmos e do nosso potencial, assim como dos outros e da vida em geral. O prumo dos pensamentos está dito nestas palavras da escritura: pensamentos que sejam segundo a verdade, a justiça, a honestidade, a pureza, a boa fama (lá se vai a maledicência e a suspeição), o louvor. Concluindo, trata-se de pensarmos à maneira de Jesus, bem!

07 janeiro 2011

O ADN de vencedor

Estava a ler um livro que comprei esta tarde sobre negócios na internet e dizia o autor: tu tens o ADN de um vencedor. Uau, gosto disto! Já que hoje em dia falamos tanto do ADN e de como muitas das respostas e soluções parecem estar nele, sabe bem ler uma afirmação destas. Também concordo. Podemos até não sentirmo-nos muito vencedores, nem vermo-nos como tal, mas a verdade é que fomos criados para vencer. Vencer é superar, é resistir, ultrapassar obstáculos e desafios, dirigir-nos para metas e sonhos, caminhar, sem desistir, em direcção aos nossos sonhos, mesmo que o sonho seja apenas o de ser conhecido o que faz o melhor café do bairro. Mas é um sonho e os sonhos sempre nos inspiram e motivam a ir mais além donde estamos. Se olharmos para a história das nossas vidas - e uns terão uma história mais comprida e mais rica, outras menos comprida e sem muitos episódios - vemos que uma das coisas que nos marca é o desejo e a vontade de superar, de vencer, de alcançar, de realizar. Talvez nem sempre tenhamos consigo vencer ou alcançar o que nos propúnhamos. Mais ainda assim, notamos que essa vontade de vencer estava presente. E mesmo depois do fracasso, ela emerge novamente, desafiando-nos a novas metas, novos sonhos, novos desafios. Não fomos feitos para ficar sentados a ver a banda passar. Fomos feitos para estar do lado da banda, partilhar a festa e celebrar a vida. Quer te vejas como um vencedor ou não, a verdade é que foste feito para vencer. TENS O ADN DE UM VENCEDOR(A).

02 janeiro 2011

Esperança ou utopia?

O ser humano sempre foi um ser voltado para o futuro. Gostamos de olhar para diante, de descortinar novas possibilidades, de construir cenários e acreditar que eles poderão tornar-se realidade. Precisamos de ter a visão de um futuro para dar sentido ao nosso presente. Ao criar o primeiro casal de humanos - Adão e Eva - Deus disse-lhes para governarem a terra. Ora, um governo só o é quando tem um destino, uma meta, um futuro para o qual quer dirigir a comunidade que governa. Todavia, precisamos de lembrar uma coisa: que ter um futuro, acreditar num futuro, alimentar esperança num futuro, só faz sentido se for para inspirar-nos a trabalhar e a viver no presente, de uma forma autêntica, autenticamente humana. A esperança do futuro só é realmente esperança se ela nos devolver ao presente para vivermos nele com autenticidade e propósito, a realizarmos a nossa vocação de imagem de Deus na terra. Sem este retorno ao presente, a esperança será apenas utopia, que não nos levará a lado algum e tão pouco servirá para o que quer que seja.

01 janeiro 2011

2011, um ano para viver

Agora sim, estamos no novo ano. Aliás, já levamos um bom par de horas no novo ano, preparando-nos ou tratando de preparar-nos para vivermos um ano... excepcional, diferente e melhor que o anterior. Como é habitual nestas alturas, todos formulamos desejos para o novo ano, regra geral, desejos de paz, prosperidade, saúde, sucesso e tudo o que faz parte do reportório dos bons desejos, como se o simples facto de desejar o que quer que fosse fizesse ou contribuísse para que o desejado se torne realidade. Claro que estas festas de final do ano reportam-se às culturas primitivas do eterno retorno, da realidade que se refaz a cada novo ciclo anual. Afinal, não deixamos o homem agrário e tribal que reside em todos nós, mesmo em pleno século XXI.

O que fará que 2011 seja diferente e melhor que 2010? Em termos do processo histórico, as coisas seguirão o rumo que os acontecimentos das décadas passadas definiram. O que seremos e o que o mundo será em 2011 será o resultado e a continuação do elo de acontecimentos do passado recente. As coisas não mudam e nem as crises desaparecem por desejarmos ou por alguém decretar que assim seja.  A humanidade e as sociedades humanas em 2011 não serão melhores e nem muito diferentes dos últimos 10 anos.  Acredito no devir histórico das sociedades, onde acontecem mudanças, umas que fazem avançar, outras que fazem regredir, e, outras, que simplesmente não adiantam nada. O mundo continuará em crise e Portugal não será diferente. O que a história recente nos ensinou é que os exercícios de futurismo são inúteis.

Posto isto, pergunto: o que fará que 2011 seja melhor e diferente? A nossa atitude, a nossa disposição, a coerência e saúde das nossas crenças, farão a diferença para melhor nas nossas vidas. A vida é mais que o passado, mais que o presente e mais que o futuro. A vida é esse fluir e refluir sempre permanente. A vida é essa abertura ao novo, ao imprevisível, que nem sempre é o melhor ou o mais seguro, mas que, ao ser aceite, permite que descubramos novas possibilidades de reordenamento e de reconstrução do nosso destino (entendido como percurso individual que vai sendo redefinido em função de uma perspectiva, de um sonho, de uma meta). Viver é saborearmos cada momento, sermos capazes de tirar partido das situações que nos levam ao limite. Viver é sermos capazes de estarmos presentes integralmente no momento, seja quando estamos a trabalhar, a ler, com a nossa esposa / o nosso esposo, os nossos amigos, a orar...Viver é sabermos tirar partido da jornada.

Por isso, vamos fazer de 2011 o ano de desfrutarmos da nossa jornada, de aceitarmos os desafios e enfrentarmos as dificuldades com coragem e fé, de celebrarmos a vida como dom de Deus.