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12 janeiro 2012

Ser generosos em tempos... de crise!

A generosidade caracteriza-se por essa abertura da alma para fazer o bem e fazê-lo de uma forma concreta, ajudando efectivamente este e aquele. Para uns é mais natural ser generoso, do que para outros. Parece que há quem já venha com a disposição para ser generoso; enquanto que outros, bem, têm que esforçar-se um pouco mais, lembrar-se que vale a pena ser generoso. 


Nos tempos de crise, a generosidade é uma das primeiras vítimas. Muitos começam por deixar de apoiar esta ou aquela causa, ajudar este ou aquele que ajudavam antes. Fica-se mais fechado para fazer o bem. E até existem razões para isso. Afinal, todos estamos em crise, o dinheiro agora não é muito, não sabemos bem como vai ser o dia de amanhã, enfim... Mas é justamente nestas alturas, de crise, que precisamos de cultivar uma atitude generosa e solidaria. Primeiro, porque aumenta o número de pessoas que efectivamente necessitam da nossa ajuda, assim como de instituições (igrejas, associações, fundações) que fazem um trabalho meritório de ajuda ao próximo e que, com a queda dos donativos, vêm o seu trabalho em dificuldades. Mas temos que continuar a ser generosos também por nossa causa, por nós mesmos. A generosidade é o antídoto mais eficaz que conheço contra o medo, o egoísmo e a falta de compaixão. Praticá-la, de forma consistente, liberta-nos para sermos mais humanos, vivermos melhor a vida, sentirmo-nos mais ligados às pessoas à nossa volta. 


Fazemos bem em seguir o conselho das Escrituras: "a alma generosa prosperará e aquele que a atende será atendido" (Provérbios 11:25). Praticar a generosidade em tempos de crise abre as portas à prosperidade, à alegria e à felicidade. 

11 janeiro 2012

Percursos, encruzilhadas e escolhas

Podemos pensar a existência humana como uma jornada. feita de múltiplos percursos, de encontros e desencontros, mas também de muitas encruzilhadas. Sempre gostei de viajar de carro pela Europa. Fiz isso várias vezes. Era sempre uma excitação planear a viagem, mais ainda tendo em conta que não tinha GPS. Valia-me o Guia Michellin, fonte obrigatória de informação durante esses anos. Com a Lai, tratava de estabelecer a rota mais adequada para chegarmos ao nosso destino. Tínhamos tudo planeado e pensado. Maravilha. Tudo funciona bem no papel, na estrada, bem aí as coisas são muito diferentes. Quantas vezes tivemos que alterar a rota previamente definida, metermo-nos por novos caminhos que não havíamos estudado antes. Uma vez, em França, enganámo-nos na saída da rotunda e demos por nós numa estrada que não tinha nada a ver o caminho que pretendíamos. Eram os imprevistos que nos levavam a viver com excitação (e muito stresse, nalgumas ocasiões) a viagem.
Quando viajamos sempre, nalgum momento, iremos encontrar encruzilhadas. E nem sempre iremos encontrar informação adequada nessas encruzilhadas. Teremos que fazer escolhas com base em muita pouca informação ou apenas na nossa intuição: “ok, acho que é por aqui”. Sabem o que é isso, não é? Por vezes, o “sinto que é por aqui” torna-se um pesadelo.
A vida não é uma estrada plana que nos leva ao nosso destino, sem erros. Não existe tal coisa. Bem sei, que hoje em dia, achamos que se planearmos tudo muito bem, se fizermos boas escolhas, se formos diligentes, se e se e se…Queremos pensar e convencer-nos que isto de viver é como ir de viagem com um bom GPS. Não há como falhar. E se nos enganarmos isso apenas se deve aos nossos erros e equívocos ou à nossa falta de atenção. Deixem-me dizer, viver é mais que seguir pela estrada da vida com GPS. Viver é fazermos múltiplos percursos, experimentarmos encontros e desencontros, chegarmos a muitas - é verdade, muitas, demasiadas - encruzilhadas, muitas delas, sem qualquer indicação de qual saída tomar, onde teremos que tomar decisões apenas com base nas informações que trazemos de trás e seguindo uma intuição, por (demasiadas) vezes falível.
Mas é isto que torna a vida um empreendimento excitante, empolgante. Tudo está em aberto. Nem sempre iremos acertar. Muitas vezes iremos errar, equivocar-nos. Por vezes, iremos seguir direcções que não tínhamos pensado nem querido, o que nos fará ficar frustrados e zangados. Outras vezes, iremos dar-nos conta que essas novas direcções são muito mais prometedoras, abrem-nos novas e fantásticas possibilidades, trazem-nos uma paixão renovada pela vida. Haverá alturas, em que avançaremos passo a passo, com cuidado, tateando; outras vezes, avançaremos com confiança e segurança.
Todavia, podemos estar certos: chegaremos ao nosso destino!