João Saramago
Inspiração para uma vida melhor.
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09 outubro 2014
Enfrentando a mudança
Se é certo que as mudanças ocorrem e são inevitáveis, que fazem parte da jornada da vida, não é menos certo que elas envolvem sempre RISCOS e INCERTEZAS. Claro, por isso a mudança é temida, fica-se ansioso/a diante da perspectiva de mudanças na nossa vida, seja no trabalho, nas relações afetivas, ou até mesmo uma simples mudança de residência de uma cidade para a outra. A mudança implica que saímos de uma zona que conhecemos e que nos dá conforto e segurança, para entrarmos numa zona nova, onde se algumas coisas são expectáveis, outras são simplesmente... desconhecidas e incertas. As mudanças existenciais são sempre difíceis de enfrentar. Enfrentamo-las, mas com dificuldade. Excepto no caso de alguns espíritos errantes e aventureiros, o comum dos mortais - como eu e você, leitor - tememos as mudanças. Por cada história de sucesso ligada ao tema da mudança, existe uma mão cheia de histórias de fracassos pessoais e existenciais. Portanto, não é fácil; é necessária, mas não é fácil, a mudança, qualquer que ela seja, nas nossas vidas.
A Bíblia contém muitas histórias de pessoas que tiveram a coragem de responder ao desafio da mudança, e com isso subiram a novos níveis de autoridade, honra, sabedoria e prosperidade nas suas vidas. Abraão, Jacó, Moisés, Isaías, Saulo que veio a tornar-sem em Paulo, e outros. A mudança, em si mesma, não é a chave de coisa alguma, nem de crescimento, nem de prosperidade ou sucesso. O que faz a diferença para melhor na vida de uma pessoa, não são as mudanças em si, mas sim a sua ATITUDE diante e durante o processo da mudança. Isso sim, é que faz a diferença. Uma atitude de fé, de coragem e de esperança é fundamental para enfrentar com êxito o desafio das mudanças nas nossas vidas.
Para lá de todos os medos e ansiedades diante das mudanças, gosto de pensar nas sábias palavras do apóstolo Paulo, já velho, e que ao fazer uma avaliação da sua vida, de tudo o que ele viveu e experimentou, dos seus fracassos e das suas vitórias, revelou aquela que foi a CHAVE para a sua persistência, a sua fé e a sua coragem diante das muitas mudanças: "eu bem sei em quem tenho crido e estou bem certo...". É isto, apenas isto: saber em quem cremos, que Esse em quem cremos é divino, está perto de nós, e guia-nos a viver a vida com coragem, fé e esperança. Tudo o mais, é apenas conversa...
11 setembro 2014
Que a serpente não decida por nós
O titulo deste post foi tirado de um livro de Harvey Cox, celebre autor e teólogo americano ligado ao movimento da teologia da secularização. Este foi um titulo que sempre ficou na minha mente, por nos levar a pensar sobre quem comanda a nossa vida. Dizer que somos nós os comandantes das nossas vidas, é fácil e imediato, quase sempre fruto da falta de reflexão sobre si mesmo. Todavia, é nos episódios e caminhos da nossa vida, que se vê que não comandamos tanto quanto pensávamos ou desejávamos. A historia de Adão e Eva, em Génesis, é ilustrativa do processo de perda do comando da própria vida e deixar que a serpente decida por nós.
O debate sobre a condição humana sempre oscilou entre a visão determinista e a visão indeterminista, entre uma condição determinada por fatores internos (genes, por exemplo) e externos (o meio ambiente), e uma condição aberta a novas e criadoras possibilidades. Quanto a mim, sempre tive dificuldade em aceitar a visão determinista da condição humana, ainda que hajam argumentos muito sólidos a seu favor. Todavia, penso que os argumentos a favor do indeterminismo são muito mais sólidos. Por definição, o ser humano é um ser aberto e, por isso mesmo, indeterminado. Ele/ela pode escolher, apesar doa constragimentos genéticos, biológicos e sociais. Tem essa faculdade e esse é o seu poder.
Justamente, devido à nossa condição indeterminada podemos abrir mão do poder de escolha e permitir que a serpente decida por nós. A serpente pode apresentar-se agradável e tentadoramente credível, lógica e convincente, mas não podemos abrir mão do poder de escolher e de decidir. Após, a Segunda Guerra Mundial, muitos dos que serviram o Reich vieram defender-se, dizendo que apenas cumpriam ordens. Não é uma questão fácil e isto mostra quão manipulável é a nossa condição humana. É manipulável justamente por ser indeterminada.
O grande desafio moral que está em nós, marcado com cinzel, na nossa consciência, é o dever de vivermos como seres que escolhem e que, ao escolher, aceitam os riscos inerentes: a possibilidade (a realidade) de errar, avaliar incorrectamente, sentir-se inseguro e indefeso diante desse poder enorme, que é o livre arbítrio. Nas nossas escolhas morais, espirituais, pessoais, profissionais e por aí fora, por mais tentadora que seja a serpente, não podemos deixar que ela decida por nós. E nem podemos desculpar-nos com ela: "a serpente enganou-me e comi".
27 agosto 2014
O medo da rejeição e a oração
19 março 2013
Um grande SIM à esperança
19 setembro 2012
Orar a Deus em tempos de aflição
08 agosto 2012
Coragem no dia da adversidade
(1) Provérbios 24:10 (Bíblia, versão "Bíblia para mim")