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19 setembro 2012

Orar a Deus em tempos de aflição

Ao ler a Bíblia, deparo com esta recomendação: "está alguém aflito? Ore". A simplicidade desta recomendação surpreende-nos e desarma-nos da argumentação racionalizante que as nossas aflições somos nós que temos de as resolver. Fica claro que a oração é o caminho natural do ser humano em tempos de aflição. Mais, não apenas é natural, como parece ser esse o caminho que Deus quer que seja percorrido. Deus não se importa minimamente que alguém o busque ou apenas se lembre dele nos dias da aflição. Assim como um pai quer ajudar o seu filho e estar presente na vida dele no tempo da aflição, assim é Deus connosco. Ele é o Pai divino, cheio de amor e de solicitude pelos seus filhos. 

Jesus ensina-nos acerca da disponibilidade e da abertura do Pai celestial para atender-nos, quando diz: " quanto mais o vosso Pai não dará bens aos que lhos pedirem". Nos tempos da aflição existem bens que precisamos de pedir, justamente por se encontrarem ausentes da nossa experiência. Bens como a paz interior, o sentido de segurança, a confiança, a força da esperança, o equilíbrio emocional, assim como a provisão e o socorro. Ninguém se torna um mendigo por orar. Não somos mendigos esperando de Deus algumas migalhas para minorar o mal que nos aflige. Somos filhos amados, desejados e escolhidos por Deus. Ele criou-nos para relacionar-se connosco como Pai e relacionarmo-nos com Ele como filhos. Um filho pede. Pede, justamente por saber que é filho e que o coração do pai está aberto para ele. "Filho, tu sempre estás comigo e todas as minhas coisas são tuas", foram as palavras do pai na história do filho pródigo dirigidas ao filho mais velho, aquele que nunca abandonara a casa do seu pai, que não desonrou o seu nome, mas que, apesar disso, não sabia o que era ser filho na casa do pai.

Os tempos difíceis não têm de deitar-nos abaixo, exaurir as nossas forças, enterrar as nossas esperanças. Eles oferecem-nos a oportunidade de buscar o coração do nosso Pai divino e de conhecermos que somos filhos amados. Não estamos sós. Não estamos desamparados. Deus Pai está connosco. Ele está profundamente envolvido com as nossas vidas. É tempo de lançarmo-nos nos braços do Pai e abrirmo-nos ao seu cuidado e à sua provisão sobrenaturais. Não seremos menos homens nem menos mulheres por isso, tão pouco menos adultos e responsáveis. Seremos isso sim, livres para viver a vida com confiança e esperança.