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01 janeiro 2011

2011, um ano para viver

Agora sim, estamos no novo ano. Aliás, já levamos um bom par de horas no novo ano, preparando-nos ou tratando de preparar-nos para vivermos um ano... excepcional, diferente e melhor que o anterior. Como é habitual nestas alturas, todos formulamos desejos para o novo ano, regra geral, desejos de paz, prosperidade, saúde, sucesso e tudo o que faz parte do reportório dos bons desejos, como se o simples facto de desejar o que quer que fosse fizesse ou contribuísse para que o desejado se torne realidade. Claro que estas festas de final do ano reportam-se às culturas primitivas do eterno retorno, da realidade que se refaz a cada novo ciclo anual. Afinal, não deixamos o homem agrário e tribal que reside em todos nós, mesmo em pleno século XXI.

O que fará que 2011 seja diferente e melhor que 2010? Em termos do processo histórico, as coisas seguirão o rumo que os acontecimentos das décadas passadas definiram. O que seremos e o que o mundo será em 2011 será o resultado e a continuação do elo de acontecimentos do passado recente. As coisas não mudam e nem as crises desaparecem por desejarmos ou por alguém decretar que assim seja.  A humanidade e as sociedades humanas em 2011 não serão melhores e nem muito diferentes dos últimos 10 anos.  Acredito no devir histórico das sociedades, onde acontecem mudanças, umas que fazem avançar, outras que fazem regredir, e, outras, que simplesmente não adiantam nada. O mundo continuará em crise e Portugal não será diferente. O que a história recente nos ensinou é que os exercícios de futurismo são inúteis.

Posto isto, pergunto: o que fará que 2011 seja melhor e diferente? A nossa atitude, a nossa disposição, a coerência e saúde das nossas crenças, farão a diferença para melhor nas nossas vidas. A vida é mais que o passado, mais que o presente e mais que o futuro. A vida é esse fluir e refluir sempre permanente. A vida é essa abertura ao novo, ao imprevisível, que nem sempre é o melhor ou o mais seguro, mas que, ao ser aceite, permite que descubramos novas possibilidades de reordenamento e de reconstrução do nosso destino (entendido como percurso individual que vai sendo redefinido em função de uma perspectiva, de um sonho, de uma meta). Viver é saborearmos cada momento, sermos capazes de tirar partido das situações que nos levam ao limite. Viver é sermos capazes de estarmos presentes integralmente no momento, seja quando estamos a trabalhar, a ler, com a nossa esposa / o nosso esposo, os nossos amigos, a orar...Viver é sabermos tirar partido da jornada.

Por isso, vamos fazer de 2011 o ano de desfrutarmos da nossa jornada, de aceitarmos os desafios e enfrentarmos as dificuldades com coragem e fé, de celebrarmos a vida como dom de Deus.

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