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03 agosto 2011

Coisas que aprendo com a crise - 3

Com a crise aprendo a nunca desistir. Por vezes, essa é a vontade. Desistir de lutar, de sonhar, de acreditar, de seguir adiante. Baixar os braços, render-se às evidências, soçobrar diante da força dos ventos contrários. Apetece desistir quando os motivos para acreditar em dias melhores não abundam, quando parece não haver mais lugar para a esperança autêntica. Sim, apetece desistir. Não se trata de cobardia. Ouvimos histórias de pessoas que ficaram pelo caminho. Cruzamo-nos com muitos que ficaram lançados à beira do caminho da história e do progresso, mendigando a caridade alheia. Conhecemos muitos que entraram em bancarrota emocional diante dos revezes. Sabemos disso tudo e perguntamo-nos: serei diferente?, o que faz de mim uma pessoa diferente destes outros?, como saberei eu que vou vencer, que haverá algures uma saída? É verdade, não sabemos. Aqui não se trata de uma ciência. Não existem predições. Apenas uma coisa sei: não posso e não quero desistir. Não tenho o direito de baixar os braços, de deixar de acreditar e de lutar. Tenho que seguir adiante, custe o que custar. Ocorre-me então as palavras do salmista, quando ele fala dos que levam a preciosa semente chorando, mas que voltarão trazendo os seus molhes. Sim, por vezes, é chorando que uma pessoa leva a preciosa semente dos seus sonhos, das suas expectativas, das suas esperanças. Mas, um dia, essas sementes lançadas no meio de tanta adversidade e dor, darão os seus frutos, produzirão a sua colheita de alegria. Por isso, não posso desistir, nunca! Fui criado por Deus para enfrentar as tempestades e resistir aos ventos contrários. É quando descubro que, afinal, sou mais forte do que pensava; que tenho recursos que nem sequer suspeitava; que há uma presença divina que me acompanha, sustenta e guia. 

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